Componentes Eletronicos

Lei de Moore: Afinal, do que se Trata?

Eletrogate 27 de outubro de 2021

Introdução

Vivemos em um século no qual os seres humanos estão altamente integrados às máquinas. Ao fazermos um breve recorte desse cenário, percebemos que carregamos — ora em nossas mãos, ora em nossos bolsos — celulares extremamente avançados e, em nossos pulsos, smartwatches responsáveis por monitorar o corpo. Também verificamos uma maior interação entre os humanos e suas respectivas casas, graças ao advento e crescente popularização dos aparelhos de smarthome.

Os softwares passam por um significativo progresso, com as IA’s liderando esse movimento. O mundo mais smart e mais conectado foi possível somente aos avanços na área de hardware da computação. O aumento de poder de processamento (o que faz tudo parecer instantâneo) junto à miniaturização dos aparelhos foram passos importantes para alcançarmos o estágio de desenvolvimento atual. 

Nesse sentido, é válido lembrar que, assim como a natureza, a computação passa pelo processo de evolução, sofrendo transformações as quais indicam o caminho do avanço. Da mesma forma que nossa realidade, no sentido material, é regida por princípios físicos e químicos, a computação tem leis que pautam o seu progresso. No post de hoje, vamos entender a Lei de Moore.


O que é a Lei de Moore

Antes de compreendermos a Lei de Moore, é necessário entendermos o conceito de lei para a ciência.  

Uma lei é uma regra com base em algum fenômeno, uma generalização confrontada, testada e validada frente a um amplo conjunto de fatos com sentido cronológico, lógico e causal.” (Blog Jaleko, 2019)

A Lei da Gravitação Universal é um exemplo perfeito de lei científica. Essa define de forma clara e lógica uma das forças de interação entre os corpos, sendo que o fenômeno estudado é perceptível no Universo e, sobretudo, natural. 

A Lei de Moore postula que a quantidades de transistores em um CI — Circuito Integrado — dobra a cada período de tempo. Em 1965, o intervalo de tempo estava próximo de 12 meses, mas, após 1975, passou a ser de 24 meses. Essa lei não se enquadra como científica, visto que o objeto de estudo (transistores) não é algo espontâneo da natureza, mas artificial e de criação humana.


Impactos

O gráfico abaixo ilustra as previsões traçadas a partir da Lei de Moore (1970 – 2005), ao passo que exibe o número de transistores nos processadores da Intel nesse mesmo período. Essa figura é interessante, pois elucida como deu-se a relação entre teoria e prática, quando tratamos do adensamento de transistores ao longo dos tempos. 

Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Moore

De maneira geral, a Lei de Moore pavimentou o caminho para grandes empresas planejarem os próximos passos. O caráter previsível do adensamento de transistores ajudou as companhia de tecnologia a nortearem o setor de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) que, por sua vez, trabalhou na implementação de sistemas com mais capacidade de processamento, na melhoria do consumo energético e dissipação de calor, resultando em computadores mais eficientes, robustos e potentes. 

A miniaturização de hardware (Figura abaixo), junto a ampliação do processamento, possibilitou desde melhores videogames (mesmo portáteis) até a computação em nuvem. No âmbito social, foi possibilitado a democratização do acesso a aparelhos eletrônicos, visto que o planejamento e segurança que o princípio de Moore proporcionou para as empresas viabilizou estudos de custo das inovações/avanços do setor P&D, resultando em políticas de custo-benefício para o cliente final. 

Fonte: Nanoscale Informal Science Network. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Fxv3JoS1uY8

A figura trata-se de um zoom em um processador já ultrapassado. Note o tamanho extremamente reduzido dos componentes e fiações.


Final de Linha, mas sem Pânico

Nos últimos anos, cientistas da computação do MIT (Massachusetts Institute of Technology) afirmaram que a Lei de Moore estava no processo de uma morte vagarosa, visto que a indústria já não acompanha a taxa de crescimento proposta no princípio em questão. Mais tarde, o CEO da Nvidia tornou pública a sua visão, que muito se assemelha à perspectiva dos especialistas do MIT. (MIT Technology Review, 2020)

Nos dias atuais (2021), já são amplamente disseminados processadores com 10 nM (nanômetros) de litografia — distância entre os transistores de forma resumida —, sendo que a indústria trabalha com uma litografia de 5 nM. De forma geral, quanto menor a litografia, mais espaço livre para acrescentar transistores e, consequentemente, maior poder de processamento. O limite de 2 nM parece se aproximar rapidamente, sendo alcançado por volta de 2025, dado que não é mais vantajoso continuar tal processo de miniaturização.

O fim da Lei de Moore não significa o fim do progresso na computação. Existem diversos caminhos a serem tomados individualmente ou em conjunto: computadores quânticos, transistores à base de grafeno e desenvolvimento de chips mais especializados são algumas das possibilidades. Ademais, é válido recapitular que, felizmente, a computação não é feita somente de hardware. Avanços significativos em termos de desempenho continuarão acontecendo, desde que os programadores se esforcem para produzirem softwares e algoritmos cada vez mais eficientes.


Conclusão

No post de hoje conferimos um conteúdo mais teórico, mas não menos importante que as atividades práticas. É sempre interessante compreendermos o que nos trouxe até aqui e as possibilidades que havemos de enfrentar em um futuro próximo, visando nos prepararmos desde já. 

Esperamos que tenha gostado e até a próxima!


Referências Bibliográficas

Jaleko Acadêmico. Lei, Hipótese e Teoria. Você sabe a diferença? 2019. Disponível em: https://blog.jaleko.com.br/lei-hipotese-e-teoria-voce-sabe-a-diferenca/ 

INFONAUTA. Lei de Moore. 2021. Disponível em https://infonauta.com.br/tecnologia-da-informacao/lei-de-moore

Brainspire. End Of Moore’s Law – What’s Next For The Future Of Computing. 2019. Disponível em: https://www.brainspire.com/blog/end-of-moores-law-whats-next-for-the-future-of-computing

MIT Technology Review. Nós não estamos preparados para o fim da lei de Moore. 2020. Disponível em: https://mittechreview.com.br/nos-nao-estamos-preparados-para-o-fim-da-lei-de-moore

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Sobre o Autor


João Senirio

Amante da tecnologia e apaixonado por desenvolvimento de software e hardware.


Eletrogate

27 de outubro de 2021

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